terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Ação da berinjela na redução do colesterol sérico!

Os alimentos funcionais, além das suas funções nutricionais básicas, se comprometem em contribuir com a cura ou prevenção de doenças. Estes alimentos representam uma nova tendência do mercado
alimentício no século XXI. O êxito dos alimentos funcionais está na preocupação crescente com a saúde e bem-estar, além da crescente comprovação científica com a relação existente entre dieta e saúde.
Os lipídios são substâncias de origem biológica insolúveis em água, porém solúveis em solventes apolares. Estão presentes em todos os tecidos e apresentam grande importância em vários aspectos da vida. Atuam como hormônios ou precursores hormonais, reserva energética, componentes estruturais e funcionais das biomembranas, isolantes na condução nervosa e previnem a perda de calor.
As dislipidemias são alterações do metabolismo das gorduras, repercutindo sobre os níveis das lipoproteínas. Estas são partículas que transportam lipídios apolares (insolúveis em água) em seu núcleo. Esses complexos são constituídos por quantidades variáveis de colesterol e seus ésteres, triglicerídeos, fosfolipídeos e proteínas, denominadas apolipoproteínas, são solúveis no meio aquoso plasmático devido à natureza hidrófila da parte proteica. Com base na densidade, as lipoproteínas plasmáticas são separadas em quilomicrons (ricas em triglicerídeos de origem intestinal), lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL – ricas em triglicerídeos de origem hepática), lipoproteínas de densidade baixa (LDL – ricas em colesterol) e lipoproteí- nas de densidade alta (HDL – ricas em colesterol).
Nesse contexto, destacamos a Solanum melongena L. (Berinjela), planta da família Solanaceae. A berinjela é originária da Índia, sendo seus frutos muito utilizados na alimentação humana. É um vegetal com alto teor de água, baixo de proteínas, é rica em fibras, sais minerais (cálcio, fósforo, potássio e magnésio) e vitaminas (A, B1, B2, Niacina e Vitamina C), saponinas, compostos fenólicos, flavonoides e glicoalcaloides, cuja comercialização na forma de cápsulas tem sido utilizada para auxiliar na redução do colesterol sérico.
A primeira demonstração conhecida de que a berinjela seria capaz de baixar o colesterol sangüíneo e reduzir a ação das gorduras sobre o fígado aconteceu em 1943, pelo professor Angel H. Roffo, na Argentina, usando-a in natura, na forma de suco. A sua ação acontece apenas sobre a fração LDL, não agindo nos triglicerídeos, nem na fração HDL. No Brasil, em 1998, Ribeiro Jorge et al. estudaram o efeito do suco da berinjela sobre os lipídeos plasmáticos, o colesterol tecidual, a peroxidação lipídica das LDL nativas, oxidadas e da parede arterial e o relaxamento dependente do endotélio, em coelhos hipercolesterolêmicos.
Até o presente momento, para indivíduos com hipercolesterolemia, esse tratamento deve ser o recomendado para a prevenção primária e secundária da aterosclerose e faz parte das III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Referências:

DA ROSA, Patrícia Amâncio et al. ELABORAÇÃO DE ESFIHAS DE FRANGO ADICIONADAS DE FARINHA DE CASCA DE BERINJELA: ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL. Revista Uniabeu, v. 9, n. 21, p. 200-213, 2016.
LIMA, Maiara Rocha de Hollanda. A utilização da farinha de berinjela como alimento funcional em preparações modificadas. 2016.
SANTOS, Hanna Veloso et al. Caracterização laboratorial das dislipidemias e o uso de fitoterápicos. Revista Multitexto, v. 3, n. 1, p. 21-28, 2015.
RIBEIRO, J. P. A. R. et al. Efeito da berinjela sobre os lipídios plasmáticos, a peroxidação lipídica e a reversão da disfunção endotelial na hipercolesterolemia experimental. Arq Bras Cardiol. v.70, p.87-91, 1998.

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