90% das brasileiras não ingerem quantidade adequada de
cálcio.
Um levantamento inédito, revelou que os fatores de risco
e os sintomas da osteoporose ainda são pouco conhecidos entre as
mulheres brasileiras. De acordo com a pesquisa, encomendada pela Associação
Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) ao Ibope, nove em
cada dez mulheres maiores de 16 anos não ingerem a quantidade diária de cálcio (nutriente
que reduz o risco da doença) indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
mas 60% dessas pessoas acreditam que seguem o consumo ideal.
A OMS recomenda às mulheres que ainda não passaram pela
menopausa o consumo de 1.000 miligramas de cálcio por dia e, àquelas que já
passaram pelo período, de 1.300 miligramas — o equivalente a aproximadamente
três porções de leite e derivados ao dia. Isso porque a queda dos níveis de
estrógeno provocada pela menopausa acelera o processo de perda de densidade
óssea, condição que eleva o risco de osteoporose. Em relação a esse quadro, o
estudo apontou para outro dado preocupante: 80% das mulheres desconhecem a
relação entre a menopausa e a doença.
A Pesquisa Firme Forte Osteoporose 2012 entrevistou
3.010 mulheres maiores de 16 anos de idade e moradoras de várias regiões do
Brasil. Entre as entrevistadas maiores de 40 anos, 13% afirmaram já ter sofrido
alguma fratura e, dessas, 62% relataram uma piora na qualidade de vida após o
ocorrido.
A pesquisa ainda mostrou que 67% das mulheres
entrevistadas não sabem que a prevenção da osteoporose, por meio do consumo
adequado de cálcio e vitamina D, deve começar na infância. Além disso, 81%
dessas mulheres afirmaram considerar que a doença atinge especialmente os
idosos. De acordo com o estudo, a maioria — 96% das entrevistadas — acredita
que a osteoporose necessariamente provoca dor, e somente esse sintoma
seria o suficiente para leva-las a um médico. Porém, segundo Bruno Muzzi,
presidente da Abrasso, a osteoporose é uma doença silenciosa e, portanto,
esperar que a dor apareça para procurar um médico pode provocar um diagnóstico
tardio e aumentar o risco de fraturas.
Segundo o estudo, somente 39% das mulheres maiores de 45
anos já realizaram algum exame para detectar osteoporose — e, delas, somente
metade afirmou ter sido submetida à primeira densitometria óssea entre 51 e 60
anos, idade tardia para que o procedimento seja realizado pela primeira vez,
segundo a Abrasso. Além disso, 37% das mulheres dessa faixa etária fizeram o
exame somente uma vez.
Fonte: Revista VEJA
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